quarta-feira, 16 de abril de 2008

Tudo que move é sagrado...



Como diria Beto Guedes ao interpretar Amor de Indio, enquanto a chama arder, todo dia te ver passar, tudo viver a teu lado... É nesse clima que meu coração começa a derramar palavras hoje... Se essa tal nostalgia nos desse uma trégua e fosse capaz de fugir pra longe sem previsão de retorno, o tal princípio da emoção dava um pouco mais de chance à razão. Enquanto isso não acontece, tento sufocar esse grito que aqui dentro não quer calar...

Mas é hora de deixar Eros falar... Ah Eros!! Esse sim, um poço de fundamento, que se equilibra no limite que separa passado e futuro isentando o presente de certas lembranças. Esse tal menino estava, certa vez, na rodoviária de onde Teixeirinha fez história. E lamentava a partida de sua amada. Ela seguia rumo àquela triste realidade da época, trabalho, estudo, rotina que impunha um vazio no coração. Era sim um namoro à distância, apoiado na vontade louca e incessante que tinham de estar juntos.

Talvez tenha sido a seqüência de chegadas e partidas que o amor tenha encontrado brecha, e fugido sem deixar rastro... Nesses intervalos em que não estavam juntos, ele frequentava o pub, bebia dois dedos de uma ardente que enganava. Tinha sim um amigo, dividiam a casa. Um cuidava do quarto e o outro, bem, o outro fazia compras. Ambos tinham o coração comprometido... talvez não com as imaculadas, mas com ideais de vida. E até acredito que eles estavam certos... Porque o amor mais importante, hoje é certo, é o amor próprio!

Ela também se enganava, dormia na casa das amigas (este é um questionamento interessante, a vontade constante das meninas em dormir umas na casa das outras... que tanto assunto essas línguas incessantes têm?!?!). Rosa Flor preenchia seus momentos de solidão com festas, bebidas, toques (sim, quem nunca fez "3 segundos"?) e assim caminhava dia após dia, esperando pela chance de gastar seus dias tão somente ao lado dele. Coitada. Não que seja digna de pena, mas literalmente enganava-se.

De fato, continuaram. Como duas linha paralelas... que nem mesmo no infinito se encontram. Ele seguiu encontrando alento em outros suspiros. Mas isso é pauta pra outra história... Tenho que voltar a minha vida real, responsabilidades acadêmicas... sim! Ainda é necessária a freqüência em sala de aula, avaliações de bimestre...rumo ao diploma de jornalista!!!

Um comentário:

Marcos Leivas disse...

Esse Eros! Certas situações temos em comum. Passei por várias idas e vindas em rodoviárias também. Não bebia uma ardente, mas passava muito tempo na companhia de alguns amigos. Hoje, moro sozinho - diferente do Eros - só que percebo que muitas coisas poderiam ser diferentes atualmente. Nunca tive medo de tentar mais uma vez. Porém, a vida segue e se torna necessário rumar em direção a outros portos. E para isso cito um outro poeta que ando seguindo: "(...) Preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR." (Carlinhos Drummond de Andrade, o sábio bom malandro!)

Beijo queridona! Muito bom o texto, as entrelinhas me fizeram refletir bastante! Mas agora também vou retornar aos estudos para pegar o tal canudo aquele, sabe? ;)