sexta-feira, 18 de abril de 2008

Quem será esse 'Doublé de Corpo'?

O som de Leoni me inspira a recorrer certas lembranças, observando como é bom mesmo viver. Mesmo que olhando aquele retrato na estante não seja possível reconhecer o indivíduo (que na verdade somos nós mesmos) em outros momentos da vida... Tem um desses slogans de muro sabe que diz algo do tipo ser um privilégio dividir um espaço e uma época com as pessoas, diante da vastidão do espaço e da imensidade (pelo menos é assim que está escrito) do tempo.

Me proponho hoje a fazer uma reflexão sobre os planos de vida, aqueles que todos nós fazemos enquanto acreditamos que a vida é do jeito que a gente quer... Morar sozinho ou com 5 cachorros (sem especificar a espécie claro!!! hoje tem alguns tão domésticos...aos quais chamamos de amor), viajar pelo mundo, ter carros magníficos e casas espetaculares. É assim que muitas pessoas se reconhecem quando revisitam fotografias de um tempo onde as responsabilidades não eram tão necessárias para a manutenção do bem viver.

Quando paro no tempo e faço um movimento retrocesso, me encontro tão sonhadora, tão incentivada, tão simples e querendo abraçar o mundo com pouco mais de 45cm em cada braço. E dessa forma, recorro à ciência e seu caráter falível, do qual o professor de pesquisa fala tanto, para corroborar a idéia de que a observação do homem, dentro o método científico, dispõe de variáveis complexas para a investigação, por ser o indivíduo tão imprevisível.

Eu não reconheço mais
olhando as fotos do passado
o habitante do meu corpo,
este estranho dublê de retratos

Tentar resgatar o que já foi não existe, pelo menos da mesma maneira. É que o tempo sempre disfarça e por vezes cala e transforma e torna saudoso (sim, esta foi sim uma sucessão de conectivos!). É com tanta voracidade que a gente entra na juventude e, de certa forma, vai enfraquecendo, esquecendo, (des)incentivando... gosto tanto dos gerúndios pela idéia de continuidade!

Por fim, ainda que não por último, queria algumas vontades de volta. Vontade de comer todos os cachorros-quentes, de gastar todo salário num só dia, de amar incontrolávelmenet uma causa, de defender quem não tem voz e de xingar quem merece. Meu ponto de vista anda meio revoltado... Mas qualquer dia isso tudo passa...desculpe as mágoas que eu deixei... Salve Leoni!

Um comentário:

Marcos Leivas disse...

Eta tom de nostalgia! hehehe Adoro textos assim. Mas sabes o que é melhor? Já te cito Nando Reis: "(...) É bom olhar para trás e admirar a vida que soubemos fazer (...)" Melhor ainda é perceber onde erramos para que possamos (bem gerúndio de telemarketing) mudar no futuro. Sinto saudades do meu sonho em jogar futsal; sinto saudades da vontade de querer ter um amor puro e tranqüilo e sinto mais vontade ainda de achar um "mito" que me faça crer no exemplo dele, na força da vida, sem ciências ou sistemas de pesquisa controlando suas ações ou querendo achar respostas. Ah, o Leoni? Cito ele também, claro... "(...) Garotos como eu sempre tão espertos, perto de uma mulher, são só..." Pára tuuuuudo, eu respondo:

- Garotos!



Baita texto negrinha! Curti o tom de nostalgia e relação que fizesses com as palavras e até com a ciência - culpa do Toninho, não? hehe Tudo certo p/ sábado sim!

Beijão! :-)