quinta-feira, 14 de maio de 2009

Os mistérios de uma certa libélula...

Fui deitar ontem com a impressão de estar perdendo o eixo das coisas. De estar desviando de um caminho que eu mesma tracei. Sensação de perder-se, por questão de uma invasão na identidade, que questiona o quanto de autonomia tu tens na vida. Acredito que isso seja resultado de um processo discursivo coercitivo... belas palavras que traduzem a seguinte assertiva: Minha mãe me botou a boca ontem!

26 anos de filha... sim, porque ela ainda não conseguiu cortar o cordão. Nãao que eu quisesse que ela esquecesse de mim, mas que pelo menos deixasse eu viver uma vida adulta e autônoma. Tô me sentindo como uma borboleta no processo inverso, me escondendo no casulo da lagarta. Já ouvi dizer por aí, acerca de mim, que eu sou uma pessoa 'na minha', fechada, quieta... Jamais fui assim... Sempre fui comunicativa, mas meus caminhos me desenharam uma nova caracterização. Me apropriei de novas ferramentas e de um novo modo de ser que se coloca introspectivo, dotado de muita abstração filosófica.

E agora, escutando as palavras dos colegas de aula, abordando a questão da competição pela tensão, do exagero pela atenção, penso eu...será que esses momentos de solidão que por hora vivo são demasiado importantes para uma reconstrução pessoal? Relato e reflexão, uma dicotomia que faz sentido no universo do individuo confuso... Talvez uma tentativa de discutir, ainda que de maneira individual, uma nova proposta (saída) para tantos problemas. Difícil ser adulto né?!

Penso estar vivendo uma cirscunstância de conflito... de querer fazer muitas coisas sem pensar nas consequencias, sem verificar os limites da responsabilidade, perdendo-me na contrariedade dos meus pensamentos.

"Vamos fugir, desse lugar, baby..."

Queria ser uma pessoa consistente, com visao critica a respeito dos fenomenos e com solucoes praticas para as coisas da vida. Me incomoda essa inseguranca, de nao conseguir me colocar consciente com as obrigacoes, de nao resolver minhas problematicas, de me sentir amarrada. Mas acredito tambem que isso nao seja um problema so meu, nao.
Tenho a impressao de estar vivendo ciclos que se repetem... mudando apenas as personagens! Porque? Alguem me da uma opiniao, um auxilio... preciso de visoes esclarecedoras... preciso de coragem para ir alem, para dar um passo adiante..

"E quando eu estiver
Triste
Simplesmente
Me abrace

Quando eu estiver
Louco
Subitamente
Se afaste

Quando eu estiver
Fogo
Suavemente
Se encaixe

E quando eu estiver
Bobo
Sutilmente
Disfarce

Mas quando eu estiver
Morto
Suplico que não me mate não
Dentro de ti

Mesmo que o mundo
Acabe enfim
Dentro de tudo
Que cabe em ti"

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Deixa eu correr...

Essa vida é mesmo engraçada. Não que eu acredite em outra vida, mais mesmo por força de expressão. Dia desses me peguei pensando nas coisas que sonhamos, aqueles planos desfeitos, aquelas palavras perdidas no tempo, as conversas não ditas... a vontade de correr, pra se esconder, pra fugir, pra querer mais... Porque é assim que vivemos, correndo.

As vezes corremos por gosto, outras atrás de alguém e outras ainda de alguém. Intensamente perseguimos certos objetivos com o desejo de alcançá-los, tornando real o que existia apenas no nível da abstração do pensamento. E dessa forma algumas circunstâncias se tornam perfeitas, como no capítulo perfeito daquele romance que você insiste em esquecer e a sua consciência faz questão de lembrar.

Fugimos do escuro, fugimos do medo, do desconhecido. E tão ironicamente, são esses mesmos cenários que buscamos quando só o refúgio se faz confortante. Quando a meia luz projeta a sombra do que queremos, orientando só o que os olhos não precisam ver, mas que as mãos fazem questão de tocar. E essa é a questão do desejo, de um modelo ideal que não se limita a pudores e nem sequer estabelece parâmetros. Acontece como reflexo da sedução.

E por falar em sedução, não há como esquecer da pele, do cheiro, do toque... da palavra não dita, da expressão de um olhar que explica tudo. Do olhar que consome, que domina, que provoca, um olhar que cala. E silencia pra que outros sons possam ser ouvidos, incessantemente. Dizem alguns teóricos, ainda que numa visão romântica, que o corpo fala. Aliás, numa linguagem que só um outro corpo pode entender. E se essa linguagem for mesmo um sistema de signos, é aí que a coisa complica.

Mas, como eu mesma costumo dizer, nada é por acaso. Aprendemos a agir de maneira mais superficialm pra compreender o que o contexto não dá conta de explicar. Como a teoria da imprevisibilidade. Jamais poderemos prever o que vai acontecer. Pode ser mesmo que o vento dessa borboleta que bate asas por aqui provoque vendavais lá do outro lado. Quem vai dizer, quem vai saber?
E é assim que tenho aprendido a viver, um passo de cada vez, um impulso também. Porque me agrada o valor do imprevisível, que se torna completo sem muito esforço, quando você nem acredita mais que possa acontecer...


"But you can't stop nothing if you got no control
Of the thoughts in your mind that you kept and you know
That you don't know nothing but you don't need to know
The wisdom's in the trees not the glass windows
You can't stop wishing if you don't let go
Of the things that you find and you lose and you know
You keep on rolling, put the moment on hold
Because the frame's too bright, so put the blinds down low "

quarta-feira, 11 de março de 2009

Um ledo engano...

Não volto pra dizer
Que tudo foi
Um ledo engano
Não volto pra colar os pratos
Que atirei ao chão

Não me pergunte a hora...
Não me pergunte a hora...


Seria mesmo um puro equívoco? Atitudes impensadas, provocadas por circunstâncias divertidas? Talvez... Bom pra guardar na memória e registrar no álbum da vida, em alguma página do tempo... 'Eita' vida boa essa, sempre apresentando novos elementos que passam, mesmo sem querer, a fazer parte do caminho... caminho torto!

É bem verdade que essas situações, das quais nos orgulhamos de publicar em pensamento, acarretam um ônus que não temos como pagar. Amizades que se desfazem como pó, e as cicatrizes não tem prazo pra curar... Coisa de pele... de sintonia, do desejo e da vontade.

Quando o caminho se faz deserto, e as ausências se sobressaem mais do que qualquer presença, o coração sufoca. Não que isso justifique uma falta de vontade, mas passa a significar que nem sempre as escolhas são as melhores alternativas para o que o homem chama de destino. Se cada um pudesse escrever o desdobramento da vida... imaginem só o caos.

Mas as relações, por assim constituirem vínculos sociais, estão sujeitas ao fracasso. Nem sempre a minha vontade é a mesma sua. Às vezes, o teu sinal verde pra mim é vermelho. Minhas amigas diriam que nestas linhas, descrevo meus personagens. E agora me diga: quantos você representa? Ou seu interior é único? Incrível essa sua natureza...

Tempestades de consciência... quantas já enfrentei. E não porque seja complicada, mas porque sempre busquei mais. Não me agrada a mesmice da rotina, das palavras trocadas quase que mecanicamente, por mecanismos involuntários dos quais o homem é, muitas vezes, escravo. Dinheiro, amor, luxúria - com quantos pecados capitais você convive? Certamente, das suas relações, muitos deles são derivados...

Quantos sorrisos você já esperou? E aquele simples 'alô', mas seu telefone nunca tocou... um e-mail, uma sms, um tchau... aqueles versos de música que sempre falam por si, correspondendo nossas palavras. E o que você fez por isso. Se você não faz por onde, não cultiva tuas respostas, teu destino tende a desviar e, por vezes, abarcando desvios.

O que te faz feliz?

Fiquei ali sentado...
pensando em te perder...
querendo te encontrar...


bom diaaa!

até breve...

segunda-feira, 9 de março de 2009

Ela balança mas não pára...

Tugudugudugudugudu...

Pois é, tantas vezes já me fizeram rir de doer a barriga. tantas pessoas especiais, ainda que de passagem, enfim, momentos muito agradáveis. Talvez porque a vida seja feita assim mesmo, como um quebra cabeça, não muito fácil de montar.

Quantas vezes você já se deu conta de quanto é bom estar vivo? Mesmo que isso seja percebido em algumas despedidas, num abraço, num olhar trocado escondido... bem! bom! Quando vocÊ dirige a noite, na estrada vazia, quando apenas o céu te contempla... e no rádio toca aquela música especial, talvez aqueles acordes de um Jack Johnson:

Lift him up to see what you can see
He begins his focusing
He's aiming at you

E é aí que vocÊ se pergunta - porquê? Como coisas tão simples te descobrem meio que derrepente, sem avisar... chegando de mansinho, tomando conta de muito espaço. E te fazem sentir vivo. Há quem diga que isso é paixão. Naão discordo, masa acredito em circunstâncias mais razoáveis. Lei da atração quem sabe, que traz para perto somente o que te faz bem. Diferente atambém do amor... E eu falo do amor puro, que você enxerga no olhar do filho quando logo pela manhã ele te acorda com um sorriso... nada se compara!

Eu diria ainda que essa felicidade tem um toque de saudade. Saudade do que não aconteceu sabe, que ficou no sonho, na vontade, no gosto da tentativa! De experimentar, de imaginar como seria se... tarde demais! Passou e só nos resta sorrir. Sorrir quando aquela cena não sai do pensamento... sorrir de imaginar como seria o calor daquele abraço. Mais....
Somos responsáveis pelos nossos sonhos. Pelo caminho que escolhemos e dele, não há como escapar. Mas... toda trilha tem um atalho, um esconderijo impensado, proibido. E é isso que torna o roteiro interessante!

And now he has cutaways from memories
And close-ups of anything that
He has seen or even dreamed
And now he's finished focusing


Até mais!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Velho desatino...

"Cena beatnik

Clock sem um click"


Final de temporada... A praia já não é mais a mesma, e por assim ser, melhor para aproveitar. Já não há loucura de sons, esboçando uma competição para apurar quem deixa as pessoas surdas mais depressa... até lei foi criada pra proteger a propriedade auditiva. Louvável!! Carnaval se aproxima, já na segunda quinzena de fevereiro... Ahhh... o mês de fevereiro! Como música para os meus ouvidos... tão perfeito, tão alegre, tão intenso! Circunstância em que se desdobram as minhas primaveras... Todo o mês tem cara de folia! Genial!


Acredito que esse é o segredo do cidadão brasileiro, que muitas vezes acaba por estender para o resto do ano as motivações da festa do momo. Se no Brasil fosse o ano inteiro carnaval, certamente viveríamos em constante felicidade... considerando as curtições sadias, sem exageros de natureza ilícita. E isso não é questão de julgamento, apenas opção! As madrugadas viram dias e os dias, madrugada... O povo canarinho tem disso... Somos uma nação marcada pela folia. Nosso ponto de referência mundial, a cidade maravilhosa, constitui-se de praia, carnaval, paisagens exuberantes e mais um monte de coisas boas.


Em tempos de crise, em que o recém eleito presidente norte americano utiliza dez canetas para assinar um plano de salvação para a economia mundial, o brasileiro está nas ruas. Fazendo festa, protesto, manifestação. Realizando qualquer tipo de ação que identifique o indivíduo verde e amarelo consciente de sua responsabilidade social dentro um país que é continente. E enquanto isso, o nosso operário diz "continuem comprando, a crise não nos afeta". Mais uma peculiaridade dos penta campeões do futebol. E por falar no segmento esportivo, vale lembrar que tem dirigente estrangeiro gastando 1 milhão de reais por dia pra manter o clube em ritmo de jogo... Ô crise hein?!


Mas, não longe da brasilidade... quanto custa uma fatia de tempo, que hoje equivale a pouco mais de 80 minutos, na passarela do samba? Sejamos sensatos. Festas populares mobilizam milhões de pessoas, não só no Rio de Janeiro, mas também na Bahia, no Ceará e até aqui na gauchada... Além das fantasias, abadás, bailes de carnaval, bebidinhas e tradições a parte, o brasileiro paga um preço altíssimo... e não reclama! Pelo contrário, agradece. Também pudera... um povo que tem direito a décimo terceiro, férias, auxílio paletó e outros recursos financeiros não tem motivos para lamentar.


Sabe aquele dito popular "tempo é dinheiro"? Eu completaria dizendo que dinheiro não é nada. Obviamente, não sou tão hipócrita a ponto de rejeitar e desprestigiar a moeda. No bolso ela fica muito melhor. Mas se observarmos a condição financeira a qual os montantes estão condicionados, entenderemos o absurdo panorama que se desenha em consequencia das trocas monetárias. Mesmo com a ideologia capitalista que a sociedade vive alicerçada, o poder de compra é uma máscara, que esconde a troca de dinheiro por quantidades razoáveis de produtos. O seu salário paga o seu gasto mensal?! Nem o meu! E aquele carro mega fantástico, última tecnologia no que diz respeito à automação de motores, vale mais que o seu limite bancário? Muito mais que o meu também!


Por isso que inventaram a bicicleta! Atividade saudável e com baixo custo de manutenção...


E vamos a folia! Mesmo (e de preferencia) a pé!!


abraços a todos!



quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Estás sobre uma das mãos...

Impressionante como algumas músicas tem a capacidade de nos despertar sentimentos e vontades que não conseguimos controlar... E hoje, particularmente, levada pela revolta de casos que têm acontecido recentemente e que a mídia faz questão de focalizar minuto a minuto, venho escrever sobre um assunto que o Homem ainda não aprendeu a lidar: a possessividade.

Já diria Angela Maria, "Ninguém é de ninguém , na vida tudo passa". Mesmo assim, muitas pessoas insistem em repetir o erro, acreditando que dominar o outro é a melhor opção de controle. Coitados. E falo com propriedade porque também já fui uma coitada, traduzindo em concepções erradas uma carência infundada de ter tudo sob controle (como era na época que eu brincava com a casa da Barbie). Santa ingenuidade...

O que o noticiário nos trás, a cada nova inserção do plantão, é esse rapaz que fez refém a ex-namorada porque ela não quis retomar a relação, em São Paulo. Diga-me Deus, que poder tem o Homem pra fazer isso? Será possível que sucumbimos à tentação pra provar que somos capazes de algo que, na verdade, representa a fraqueza do ser humano? É triste acompanhar o desequilibrio desse jovem de 22 anos que pretende eternizar o que já não existe. Fico solidária com a família, que já não cabe em si nas súplicas ao rapaz, para que solte a menina-moça.

Como Kleiton e Kledir, de forma espetacular trazem à letra de Estrela, Estrela "É bom saber que és parte de mim, assim como és parte das manhãs, melhor, melhor é poder gozar da paz, da paz, que trazes aqui...". Somos livres, temos direito à liberdade e assim somos chamados à vida: com livre arbítrio para a maior parte das decisões que nos cabem. Entretanto, quando entendemos que o outro nos pertence, deixamos de ser donos da própria razão. Arraigados na vontade de filtrar, de consumir, de administrar o outro... esquecemos da nossa essência. Nada.

Parece mesmo que a genética do ser humano traz em si um fragmento que não admite a solidão, a falta de um(a) companheiro (a). E até seria uma prática saudável se o indivíduo soubesse usar com dignidade e respeito a capacidade de conviver. Lamentável.

E eu encerro este texto trazendo as palavras especiais de Kleiton e Kledir, para refletir:

Estrela, estrela
Como ser assim Tão só, tão só
E nunca sofrer
Brilhar, brilhar
Quase sem querer
Deixar, deixar
Ser o que se é

Tenham todos um ótimo dia!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Pra poder te gravar em mim...

Imaginem vocês se pudéssemos gravar todas as experiências adquiridas em nossa vida? Seríamos um misto de pirataria e lembranças, complicado de organizar. Algumas "playlists", eu diria assim, seriam muito ecléticas, reunindo desde a denúncia de uma MPB até um sentimento piegas dessas melódicas trilhas de novela.

Devaneios a parte, carregar consigo as memórias é uma das principais virtudes do Homem. Por diversos motivos, mas acima de tudo porque é através dessas revisitas ao passado que encontramos razões para justificar possíveis atitudes. É uma espécie de vacina que nos deixa imunes de certas circunstâncias. Até porque remexer no que sobrou as vezes machuca. QUer dizer, ao menos dói um pouquinho.

Nesse contexto, suportar o que há pra viver é como um exercício automático de sobrevivência, que nos empurra pra frente por um reflexo impensado. Seguimos a linha do tempo que determina as estações da vida. Um tanto confuso, mas não seria diferente com tantos pensamentos inconstantes que carrego. Seria mais claro dizer então que somos acometidos por sentimentos os quais muitas vezes não sabemos lidar... E assim, nos confudimos uns com outros, transitando num espaço onde a minha essência termina quando mistura com a sua. Quase um modelo matemático, mas que na prática é muito mais complexo.

Não há receitas, não há conselhos, cada um tem ou recebe o que está programado ou determinado. E acomoda na vida conforme lhe é necessário. Pois, quando surge aquela vontadezinha, que também se justifica na saudade, resgatamos o que nos conforta e dá força pra agregar outras memórias...

O dia hoje está pesado, nada claro... como os pensamentos que escrevi.

Amanhã vai ser melhor!

Bom dia!