quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Estás sobre uma das mãos...

Impressionante como algumas músicas tem a capacidade de nos despertar sentimentos e vontades que não conseguimos controlar... E hoje, particularmente, levada pela revolta de casos que têm acontecido recentemente e que a mídia faz questão de focalizar minuto a minuto, venho escrever sobre um assunto que o Homem ainda não aprendeu a lidar: a possessividade.

Já diria Angela Maria, "Ninguém é de ninguém , na vida tudo passa". Mesmo assim, muitas pessoas insistem em repetir o erro, acreditando que dominar o outro é a melhor opção de controle. Coitados. E falo com propriedade porque também já fui uma coitada, traduzindo em concepções erradas uma carência infundada de ter tudo sob controle (como era na época que eu brincava com a casa da Barbie). Santa ingenuidade...

O que o noticiário nos trás, a cada nova inserção do plantão, é esse rapaz que fez refém a ex-namorada porque ela não quis retomar a relação, em São Paulo. Diga-me Deus, que poder tem o Homem pra fazer isso? Será possível que sucumbimos à tentação pra provar que somos capazes de algo que, na verdade, representa a fraqueza do ser humano? É triste acompanhar o desequilibrio desse jovem de 22 anos que pretende eternizar o que já não existe. Fico solidária com a família, que já não cabe em si nas súplicas ao rapaz, para que solte a menina-moça.

Como Kleiton e Kledir, de forma espetacular trazem à letra de Estrela, Estrela "É bom saber que és parte de mim, assim como és parte das manhãs, melhor, melhor é poder gozar da paz, da paz, que trazes aqui...". Somos livres, temos direito à liberdade e assim somos chamados à vida: com livre arbítrio para a maior parte das decisões que nos cabem. Entretanto, quando entendemos que o outro nos pertence, deixamos de ser donos da própria razão. Arraigados na vontade de filtrar, de consumir, de administrar o outro... esquecemos da nossa essência. Nada.

Parece mesmo que a genética do ser humano traz em si um fragmento que não admite a solidão, a falta de um(a) companheiro (a). E até seria uma prática saudável se o indivíduo soubesse usar com dignidade e respeito a capacidade de conviver. Lamentável.

E eu encerro este texto trazendo as palavras especiais de Kleiton e Kledir, para refletir:

Estrela, estrela
Como ser assim Tão só, tão só
E nunca sofrer
Brilhar, brilhar
Quase sem querer
Deixar, deixar
Ser o que se é

Tenham todos um ótimo dia!

Um comentário:

Daia Roldão da Silva, disse...

Ane amada, sempre levo comigo "Estrela" do Kleiton e Kledir, acreditando fielmente na mensagem que ela nos deixa. Assim como tu, hoje também entendo melhor os prazeres e desprazeres da vida, ou melhor, porque não dizer, da carne. Belas palavras, e que tenhamos sempre a certeza e a consciência de que a "vida vale a pena quando a alma não é pequena" (F.P.) beijos negrinha!